Um estudo feito pela Dove aponta que 9 em cada 10 já se sentiram mal quando olharam para o espelho. E, ainda assim, a média é se olhar seis vezes por dia, ficando cerca de 50 minutos diários vendo o próprio reflexo. Então a pergunta que fica é: por que nos olhamos tanto no espelho se não estamos gostando do que vemos?
No fim das contas, talvez a grande lição seja a de aprender a se aceitar. Pois é, nem sempre se ver no espelho precisa ser um problema. E, para tal, hoje vamos a fundo no tópico. Assim, é possível descobrir como começar a se sentir bem com o próprio reflexo.
“Na era digital, com as redes sociais cada vez mais presentes no nosso dia a dia, a evolução de tecnologias de edição de fotos teve um impacto direto no dito padrão de beleza imposto pelas grandes mídias. O culto à aparência parece massacrar toda a peculiaridade de corpos reais, vidas reais, de pessoas reais. O novo normal parece um filtro de Instagram, no qual todos precisam se encaixar e se tornarem muito parecidos”, explica a Dra. Esthela Oliveira, médica do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
A partir disso, a Dra. Esthela ainda diz: “Então, quando a vida real destoa desse filtro cibernético, não apenas o corpo sofre as consequências, mas a mente começa a pregar peças, deturpando o seu olhar sobre si mesmo. Não à toa, estima-se que no Brasil, mais de 4 milhões de pessoas, principalmente na faixa etária dos 15 aos 30 anos, sejam afetadas por distúrbios como o Transtorno Dismórfico Corporal, mais conhecido como distorção de autoimagem”.
Para tentar não entrar em um ciclo vicioso de ódio ao espelho, a médica recomenda: “Dedicar tempo para o autocuidado pode ser o primeiro passo para aprender a apurar melhor seu olhar de si mesmo. Liste coisas das quais gosta em você, seja fisicamente, no comportamento, personalidade, habilidades e foque em evidenciá-las”.
“A relação que criamos com a comida também pode estar diretamente ligada a percepção que temos da nossa aparência. Vale ressaltar que alimentos não são vilões, uma alimentação desequilibrada e irresponsável é. O cérebro, quando condicionado positivamente, modifica naturalmente o comportamento do apetite, trazendo a sensação de saciedade e prazer ao comer. Já quando associamos a comida ao aumento de peso, por exemplo, as refeições se tornam um martírio”, complementa Esthela Oliveira.
Quando desconstruímos a noção nociva que costumávamos ter ao nos ver de frente, há toda uma série de benefícios.
Lutar com pensamentos negativos sobre seu corpo é importantíssimo. Afinal, lidar com o que nós somos de maneira positiva é uma forma de transformar a própria vida.
A vida é imperfeita. Apesar de, muitas vezes, estarmos cientes disso de uma maneira racional; nem sempre nos tocamos de o quanto isso é uma realidade. E se a imperfeição faz parte do dia a dia, nada mais normal de também fazer parte das nossas formas. Fora que há uma grande beleza nas imperfeições.
Antes de começar a entrar em uma espiral de críticas ao que você vê no espelho, é sempre bom se fazer uma pergunta: será que eu falaria mal de outra pessoa da mesma forma que eu falo de mim mesma?
A bem da verdade, na maioria dos casos a resposta é não. Esse exercício é essencial para praticar a autocrítica e a compaixão consigo mesma.
Tendemos a pensar coisas como “ah, a fulana tem um algo assim mais bonito” ou “poxa, mas a ciclana tem não sei o quê”. Esse pode até ser um pensamento automático, mas é extremamente injusto.
O principal fator que torna essa forma de pensar em algo extremamente injusto é que o conceito de mais bonito ou mais feio é extremamente relativo. Ou seja, o ideal é estarmos sempre buscando uma inspiração que vem de dentro.
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