Nem sempre conseguimos trazer o que está em nossa cabeça em forma de ação. Da mesma maneira, é muito comum não conseguirmos fazer as coisas conforme imaginamos. Pois é, apesar de pensar e agir parecerem coisas próximas, em muitos casos é difícil conciliar os dois.
Porém, quando encurtamos a distância entre um e outro, tomamos decisões melhores, fazemos com que hábitos interessantes prevaleçam e acabamos encontrando uma paz emocional bem maior. Por isso, hoje vamos desvendar um pouco mais sobre o que está por trás da relação entre pensar e agir, além de diminuir como fazer com que os dois corram em paralelo.
Margot Cardoso, jornalista e pós-graduada em filosofia, tem uma proposição sobre o tema: “Nas reflexões sobre o comportamento humano, há uma pergunta que não falta. Mais do que uma interrogação, é quase uma perplexidade: por que não consigo implementar o bom e o certo que decido? Racionalmente sei o quê e porquê devo fazer. Estou consciente da atitude correta… mas na hora, não dá, falta a atitude”.
“Porém, esse é um assunto que não deveria nos tirar o sono. O assombro não tem razão de ser. Não é uma praga moderna, confusão mental ou fraqueza de caráter. É humano e nos acompanha desde o início dos tempos. E mesmo os melhores não escapam ao drama”, acrescenta a especialista radicada em Portugal em artigo para a publicação Vida Simples.
Para tal, Margot abre a discussão da vivência e do repertório como forma de conciliar o pensamento e a ação: “O mesmo apelo que se faz à nutrição do corpo, também serve para a mente. Somos alertados para a ingestão de alimentos orgânicos — com qualidade e alto valor nutricional — em detrimento aos produtos industrializados, calóricos-prazerosos, mas sem valor nutritivo. Para a mente, serve a mesma lógica. Devemos ‘ingerir’ hábitos que sustentam a felicidade e fortalecem o nosso propósito — ao invés de consumir distrações alienantes que trazem o vazio existencial”.
“A trajetória, com qualidade e sentido, traz equilíbrio para os dias e dá paz interior. Quanto mais forças [e mais aprendemos], mais qualidade de pensamento [encontramos]. É o efeito em cadeia. Da qualidade de pensamento vêm as melhores escolhas. Das melhores escolhas vem a satisfação com a vida… e com ela, todas as formas de felicidade”, finaliza.
Existem pequenos exercícios e hábitos para o dia a dia que tornam o pensamento aliado da ação (e vice versa).
Em uma bola de neve do dia a dia, acabamos emendando uma ação na outra sem nem pensar. Por isso, as pausas são essenciais. Elas fazem com que o foco fique muito mais claro e acessível.
Que tal ter um aprendizado todo dia? O mundo está repleto de novidades e, nem sempre, damos a atenção necessária para isso. Ao pararmos para fazer uma pequena retrospectiva ao final de cada noite, pensando no que aprendemos ali, fica muito mais fácil o processo. Assim, descobrimos como conciliar a ação da rotina com o que refletimos diariamente.
Nem tudo precisa ser resolvido amanhã. Assim como nem tudo precisa ser procastinado. Ao nos darmos a responsabilidade de fazer com que as coisas aconteçam em um certo momento, desde que ele seja pensado e faça sentido, fica claro como acabamos juntando o pensamento e a ação.
Ao nos rodearmos de informação interessante, acabamos criando uma conexão mais forte entre a reflexão e o que colocamos em prática. Ao vermos bons filmes, lermos bons livros e acompanharmos boas histórias, nos colocamos na pele dos personagens. Com isso, vemos as decisões tomadas e aprendemos com elas. Ao acontecer algo parecido em nossas vidas, acabamos percebendo formas de lidar mais rápido com a situação que se apresenta.
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