Você sabe exatamente o que precisa fazer, mas, por um motivo ou por outro, não consegue de maneira alguma. E isso te frustra, te cansa, te faz se sentir incompleta. Quem nunca passou por essa sensação terrível? Todo mundo que já tentou realizar alguma mudança de hábito teve um momento como esse.
Fazer transformações na nossa vida não é tão fácil quanto vendem por aí. Exige mais esforço que boa parte das pessoas gostam de admitir. E quando não conseguimos realizar tudo com perfeição, como parece que milhares de outras pessoas na internet fazem com a maior facilidade, o sentimento e o gosto que fica na boca não é nada bom.
Só que, o que jamais contaram a você é que existem todos os indícios científicos possíveis de que por mudanças em prática não é muito mais difícil do que gostam de admitir. Hoje você vai descobrir porque transformar hábitos é tão árduo e como isso realmente pode ser feito.
Quando pensamos, sentimos e agimos de uma determinada maneira por um certo período de tempo, os hábitos se formam não apenas no nosso comportamento, mas também no nosso sistema nervoso.
Pesquisadores do MIT identificaram que, quando os neurônios disparam no início e no final de um certo comportamento, ele se torna um hábito e é enraizado na região do núcleo da base. Essa mesma ganglia basal é a área que controla nossos comportamentos automáticos, como escovar os dentes ou andar de bicicleta. Ou seja, mudar de hábito pode ser tão difícil quanto desaprender a andar de bicicleta.
“Falo por experiência própria – tanto na clínica quanto na vida – que a maioria das pessoas sabe exatamente do que precisa. Sabe que precisa dormir mais. Ou que precisa de exercício. Ou então que algum relacionamento não lhe faz bem”, conta Matheus Macêdo, primeiro médico brasileiro a se formar na Índia e especialista em Ayurveda em coluna na revista Vida Simples.
Dr. Matheus ainda complementa: “Quando somos atropelados pela vida ainda entramos em uma espiral de autocrítica que costuma ser bem cruel. Nos auto-intitulamos procrastinadores, preguiçosos e descemos até o subsolo da autoestima com afirmações como ‘eu não faço nada certo mesmo’. Mas existem ferramentas que podem nos ajudar a manter as mudanças”.
Se o nosso próprio sistema nervoso não contribui para colocar as mudanças em práticas, isso pode ser feito? Não é fácil, mas a solução pode ser mais simples do que você imagina. Existe um passo a passo interessante para se observar, planejar e redirecionar os hábitos que você quer deixar de lado.
Analisar a própria rotina é a largada para qualquer mudança de hábito. Afinal, ela é a responsável por boa parte dos nossos comportamentos.
“Uma das bases do Ayurveda é a auto-observação e a presença, para que a nossa conexão com o corpo e a mente se mantenha íntegra. Quanto melhor você se observa, mais rápido percebe os impulsos de autoboicote e de criação de obstáculos que você mesmo elabora”, explica o especialista.
Essa parte costumamos fazer bem. Perceber os problemas não é tão difícil. Mas muitas pessoas não param para ver com cuidado e apenas sentem os impactos negativos. Parar e refletir é o começo para construir soluções.
Todos nós temos um limite do que podemos fazer. O dia tem apenas 24 horas e, infelizmente, não há tempo para fazer tudo o que se quer sempre. Por exemplo, não é fácil simplesmente abrir espaço na agenda para ir à academia por 1 hora todo dia a não ser que boa parte da sua rotina se movimente para isso.
Aceitar quem somos e o que damos conta de fazer é parte do processo de mudança. Só assim que temos alguma ideia de quais são as mudanças possíveis.
Dar adeus ao impossível é parte de conseguir uma transformação real na rotina ou em um hábito que você considera ruim. Temos a tendência de tentar fazer as coisas de uma forma muito brusca, mas esse costuma não ser um caminho que funciona tão bem assim.
Um bom exemplo está na dieta. Quem nunca tentou perder muitos quilos em pouco tempo? Porém estudos comprovam que uma dieta restritiva faz 90% das pessoas ganharem ainda mais peso em um período médio de 6 meses a 2 anos.
O segredo é não criar uma ruptura profunda, mas construir um novo hábito pouco a pouco. Que tal começar a fazer 10 minutos de meditação por dia em vez de ir com tudo a aulas intermináveis?
Ou, de repente, fazer 1 ou 2 séries de exercícios em alguns dias da semana pode ser uma ideia melhor do que se forçar a correr todo dia. No próprio exemplo da dieta, deixar de lado uma sobremesa por dia em vez de renovar o cardápio todo é uma opção muito mais sustentável.
Essa alteração suave se encaixa com muito mais facilidade nos nossos comportamentos automáticos. Além disso, de meses em meses, você pode ir incrementando, dando tempo a você mesma para se acostumar com a nova rotina. Assim, a mudança é possível e muito mais fácil de acontecer.
Quem nunca fumou um cigarro quando estava tentando parar de fumar? Pulou um dia de academia? Comeu um doce quando estava de dieta? É absolutamente normal ter lapsos, faz parte do processo de mudança. A perfeição é impossível.
Precisamos aceitar o erro e seguir em frente, lembrando que amanhã é um novo dia para tentar novamente. Fazendo o melhor, pouco a pouco mudamos o que queremos e o que é possível.
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